sábado, 22 de setembro de 2012

Longevidade


Como o vinho

Expectativa de vida aumenta e os idosos estão cada vez mais ativos

 Por Edson Sill

O tempo da vovozinha que bordava e pintava o sete ficou no passado. É cada vez mais comum ouvirmos falar de idosos que em nada lembram o sedentarismo do passado. Os grupos de apoio à terceira idade estimulam atividade física, cultura, conhecimento e muito entretenimento. Ser idoso não é mais sinônimo de velhice e apatia, a longevidade alcança números consideráveis atualmente em todo o mundo.

 

A média mundial de expectativa de vida no mundo é de 66,5 anos. Enquanto em Macau (China) vive-se aproximadamente 84 anos, em Angola se vive cerca de 38 anos. Essa diferença absurda pode ser explicada pelas condições de vida desfavoráveis na África. A maioria das mortes em Angola, ocorre por malária ou diarréia.  

Contrapondo-se a esses dados, muitos idosos mostram que a idade nada tem a ver com a boa qualidade de vida. Nossos velhinhos estão se rendendo à dança, ao teatro, ao entretenimento em geral. A aposentada, Aparecida Pinheiro, 66, está num grupo de convivência há 6 anos e sentiu notórias diferenças em sua vida. “Aos 60 anos me sentia como se tivesse uns 80. Trabalhei a vida inteira como doméstica. Agora me sinto com 18. Não tenho mais problemas com pressão arterial e nem dores pelo corpo. Realmente essa é a melhor idade”, comemora.

O exemplo de Aparecida é só mais um dentre milhares de brasileiros, que tiveram modificações relevantes em seu hábito diário, que consequentemente veio a trazer grandes melhorias em sua saúde. Há muitos relatos de pessoas que se viram curadas de problemas de saúde, passaram a ter melhor disposição para atividades cotidianas e até mesmo livres de síndromes do pânico, depressão, entre outros. 

Gerontologia 
Eliziana Ferrari, a Lili 

Eliziana Ferrari, mais conhecida como Lili, é professora de educação física, especialista em gerontologia, e atribui sua paixão pelos grupos de terceira idade à sua falecida avó, Regina Orcini:“Sempre fui uma profissional apaixonada, tive dentro de minha vida uma pessoa de fibra e que nunca desistia de viver, foi um exemplo de mãe, e avó. Dona Regina Orcini, quando tudo parecia desabar, ela, com todo seu amor, nos fazia acreditar que a vida deveria ser vista como presente divino e tínhamos que agradecer a tudo que nos era dado, até mesmo ao ar que respiramos. Ela dizia que precisávamos nos dedicar ao próximo sem esperar nada em troca”, relembra Lili.

Lili afirma que muitos são os benefícios que um idoso pode ter ao participar de um grupo de convivência. Segundo ela, a atividade física favorece um elo ente o corpo e mente, trazendo diferenças notáveis à saúde do idoso. “A atividade física fortalece os músculos e os idosos passam a ter mais disposição. A convivência afasta maus sentimentos, a solidão e a depressão”, diz.

A educadora acredita que existe um novo idoso e que o mundo precisa se preparar para ele. Lili afirma que através da participação dos idosos nos grupos de convivência, eles se tornam mais ativos e independentes. Ela é especialista em gerontologia, uma ciência que estuda o processo de envelhecimento saudável, visando aumentar a qualidade de vida, através de atividades que proporcionem mais saúde e bem estar social na terceira idade.

Muito além de participarem de atividades físicas, os idosos cantam, dançam, interpretam; variando de acordo com cada grupo de convivência e suas devidas coordenações. “Muitos talentos que ficaram escondidos a vida toda são revelados”, conta Lili. Os grupos de convivência de terceira idade contam ainda com equipes multidisciplinares, que possuem médicos geriatras,gerontólogos, professores, educadores físicos, psiquiatras e psicólogos.

Lili se declara apaixonada pela profissão e não mede esforços quando o assunto é a gerontologia. Ela está preparando um livro que trata de mensagens de incentivo para idosos: “Escrevo mensagens motivacionais para idosos, e já no final do projeto do livro escolhi o nome que carregarei nele como titulo:O Amor Sem Formas e Rótulos é a Melhor Fórmula”. O livro ainda não tem previsão de lançamento, mas professora já ensaia algumas declarações: ”Voltar a viver é viver melhor”, finaliza ela.
Dia Nacional e Internacional do Idoso
 
 

No dia 1º de outubro é comemorado o Dia Nacional e Internacional do Idoso. A data comemorativa é importante para lembrar os avanços em relação à qualidade de vida dessas pessoas e das condições que elas precisam para viver bem. O Ministério da Saúde afirma que as principais diretrizes que vem sendo utilizadas para a atenção integral à saúde do idoso é a promoção do envelhecimento ativo e saudável, a manutenção e reabilitação da capacidade funcional e o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais.
 
O ator Fábio Assunção apoiando o projeto Velho Amigo
 
Coral de Reformados, Pensionistas e Idosos Padre Alberto Neto
 
 
 
 
Dados e estatísticas



Ê MUNDO VÉIO!
Vive-se, em média, 66,5 anos no planeta. Do país mais longevo (84,3 anos) àquele onde se morre mais jovem (38,2 anos), são 46,1 anos de diferença!


 
 
 
 
 

BRASIL SENIL
A longevidade dos brasileiros vem aumentando:

Os brasileiros ganharam quase dez anos a mais de vida desde 1980. E olha que, em 1960, a expectativa de vida era 54,6 anos! As mulheres vivem bem mais: em 2008, a média para a mulherada era de 76,8 anos, contra 69,3 para os marmanjos.




 

Conheça os estados brasileiros mais e menos longevos:

POSITIVO
Distrito Federal - 75,6 ANOS
Santa Catarina - 75,5 ANOS
Rio Grande do Sul - 75,3 ANOS
Minas Gerais - 74,9 ANOS
São Paulo - 74,5 ANOS

NEGATIVO
Paraíba - 69,4 ANOS
Piauí - 69,3 ANOS
Pernambuco - 68,7 ANOS
Maranhão - 68,0 ANOS
Alagoas - 67,2 ANOS




LONGEVIDADE NO MUNDO:

ACIMA DE 80 ANOS - 22 países
A seleta elite onde se vive mais de 80 anos é liderada por Macau (84,36 anos), região administrativa da China que tem, entre outros destaques, um dos IDHs mais altos do mundo (0,909) e alta média de médicos por habitante (2,3 para cada mil habitantes)

DE 75 A 80 ANOS - 62 países
Essas nações não chegam a ser celeiro de centenários, mas têm expectativa de vida alta. Entre elas, Noruega, Áustria, Holanda, Luxemburgo e boa parte dos países europeus. Alguns países sul-americanos estão nessa leva: Argentina (76,6 anos) e Uruguai (76,3 anos)

DE 70 a 75 ANOS - 59 países
O grupo intermediário, onde o Brasil se encontra, é formado basicamente por países em desenvolvimento e algumas nações do Leste Europeu, como Hungria e Lituânia. Turquia, Nicarágua e Guatemala estão logo abaixo do Brasil na expectativa de vida

DE 65 a 70 ANOS - 23 países
Países asiáticos são a maioria desse bloco "ameaçado de rebaixamento" - Cazaquistão, Turcomenistão, Azerbaidjão e Paquistão não ultrapassam os 70 anos de expectativa de vida. No Iraque, apesar da guerra, se vive 69,95 anos em média.

ABAIXO DE 65 ANOS - 57 países
O grupo onde se vive menos inclui a África do Sul, sede da Copa do Mundo, com expectativa de vida de 48,9 anos. Mas a lanterna fica com Angola, com 38,2 anos - resultado de doenças como malária e diarreia. O país também é campeão de mortalidade infantil




 


 

SEGURO MORREU DE VELHO...
...mas a maioria das pessoas morre é do coração mesmo! Veja o quanto as principais doenças matam em um ano:

1. Doenças coronarianas - 7,20 milhões
2. Derrame e outras doenças cerebrovasculares - 5,71 milhões
3. Infecções do trato respiratório inferior - 4,18 milhões
4. Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - 3,02 milhões
5. Diarreia - 2,16 milhões


 

NASCIDOS NO SÉCULO 19
Conheça as cinco pessoas mais velhas do mundo

1. Eugénie Blanchard (FR) - 114 anos, 98 dias
2. Eunice Sanborn (EUA) - 113 anos, 309 dias
3. Besse Cooper (EUA) - 113 anos, 272 dias
4. Walter Breuning (EUA) - 113 anos, 246 dias
5. Chiyono Hasegawa (JP) - 113 anos, 186 dias


 
FONTES - CIA World Fact Book (dados sobre longevidade mundial para 2009); Organização Mundial da Saúde (causas de morte); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (dados sobre Brasil e estados brasileiros); Wikipedia (pessoas mais velhas do mundo, atualizados até 25/5/2010)
Links relacionados:
 
 
 


 




 

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