Brincadeiras,
jogos e filmes violentos representam um desafio na hora dos pais educarem seus
filhos
Renan Maia
Quem é que na infância nunca brincou daquele tradicional 'polícia e ladrão'? Ou então jogou um daqueles videogames de luta? Além desses, ainda poderíamos citar os desenhos, os conteúdos impróprios que a criança vê por acaso, as pessoas brigando de mentira (ou não) na televisão... Para uma mente em formação, será que toda essa violência se tornaria uma influência e até modelo de comportamento?
Não precisa observar muito
para perceber, hoje em dia, o quanto os pequenos têm contato diário com imagens
de violência. Basta ligar a TV ou entrar no mundo dos videogames para
comprová-lo. Entretanto, se olharmos para o passado, veremos que as
brincadeiras com armas não são uma exclusividade dos dias atuais, conforme artigo
publicado no site Discovery Kids Brasil.
Um dos trechos do texto diz
o seguinte sobre o assunto: “Nossos pais e avôs também já
faziam brincadeiras que traziam algum tipo de guerra. É possível que os
personagens e os objetos fossem diferentes, mas estes jogos cumpriam a mesma
função: imitar comportamentos agressivos de outros para expressar a própria
agressividade".
A
brincadeira
Segundo a fonte, a
brincadeira exerce uma função simbólica, ou seja, permite à criança ‘fazer de
conta’ dentro daquele seu mundo de fantasia. Assim, ela pode experimentar
comportamentos ou realidades de outras pessoas e outros mundos, reais ou
imaginários.
As brincadeiras na infância muitas vezes podem acabar transformadas em brigas violentas. |
Por outro lado, a
brincadeira tem o poder de fazer desaparecer, mesmo que por um instante, tudo
aquilo que perturba ou contrarie seus planos. “Daí a atração que exercem os
jogos de luta. No entanto, isso não significa que esta experiência formará sua
vida futura. Ela terá a mesma duração da brincadeira”, cita o artigo.
Jogos
e filmes
Com a facilidade de ter
acesso a filmes e jogos pela internet, principalmente através dos dowloads, uma criança pode ficar
habituada a ver cenas de violência, como guerra, assassinatos e espancamentos.
Para a psicóloga Ana Maria da Cruz, se antigamente o mal era representado por
criaturas fantasiosas e irreais, a partir do momento em que o homem passou a
ser o grande vilão das histórias, as coisas mudaram.
_ Aquela criança que vê
filmes violentos com muita frequência começa a se acostumar. Isso vai
reforçando o comportamento agressivo que já existe na natureza humana. Quanto
mais tempo, ela passa assistindo, mais o cérebro vai se condicionando – contou
Ana Maria.
A matéria abaixo foi exibida pelo programa FANTÁSTICO, da Rede Globo, em agosto de 2011. A reportagem parte da influência que os games violentos teriam exercido sobre o atirador da Noruega, Anders Breivik, responsável por mais de 70 mortes ano passado.
Medidas
Segundo Ana Maria, a solução
para as questões que envolvem a violência está na relação familiar. ‘Ela é a
base de tudo. O que os pais podem fazer dentro de seu lar é a compreensão entre
os membros, mostrar o respeito ao próximo”.
A psicóloga também comenta
que os pais não devem ficar simplesmente proibindo algo e achar que isso é
suficiente. “Eles devem conscientizar e orientar. O diálogo é fundamental para
que a criança compreenda o mundo na fase de crescimento. Se estão com muitas
dúvidas na hora de educar o filho, o ideal é que procurem um especialista”.
Para os pais que estão
preocupados com relação ao interesse que o filho demonstra por brincadeiras e
conteúdos violentos, os especialistas na área recomendam fazer algumas
observações comportamentais:
-
A criança sabe como expressar seus sentimentos?
-
Ela pode estar reprimindo sua agressividade natural para agradar aos demais?
-
Possui espaço e tempo suficientes para canalizar suas energias, como através da
prática esportes ou frequentando um parquinho?
-
Costuma presenciar discussões dentro de casa ou em outros lugares que visita?
-
Passa tempo demais assistindo à TV?
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