Criança é a
aposta certa do marketing
Falta de regulamentação faz
com que empresas apostem na publicidade infantil para aumentarem suas vendas
Por Thaís Duarte
Há 11 anos tramita no
Congresso Nacional um projeto de lei, o de número 5921/2001, que tem como objetivo regulamentar a publicidade
infantil. Para muitos pais e especialistas, a propaganda direcionada a esse
público pode interferir de forma negativa na vida da criança, pois a
publicidade faz com que ela deseje todo tipo de produto.
Hoje em dia não é um
carrinho ou uma simples boneca que fazem a cabeça da criançada. Novas
tecnologias são utilizadas para que um brinquedo fique ainda mais atraente. É o
caso de bonecas como a Baby Alive que promete fazer tudo que um bebê de verdade
faz, por isso ela se mexe, come papinha e precisa trocar de fralda. Com toda
essa modernidade nos produtos, será que a veiculação de suas propagandas é a
principal causa do consumismo infantil?
As empresas sabem que esse
tipo de público é muito rentável e por isso vão continuar investindo. Vivo,
TAM, Nivea e Ipiranga são empresas que não tinham ligação alguma com o público
infantil, mas aproveitaram a fata de regulamentação da publicidade infantil e
resolveram patrocinar o Super Banco Imobiliário.
Mais de 200 mil unidades do
produto já foram vendidas em dois anos. Se antes a diversão era com dinheiro de
mentira, agora todas as contas são pagas com um cartão da bandeira MasterCard.
Cada casa do jogo tem uma mensagem dos patrocinadores querendo promover seus
produtos. “Parabéns, você ganhou a promoção do Mundo Nivea e recebeu os
produtos Nivea na sua casa! Receba $ 500”, é uma delas.
O Instituto Alana é uma organização não
governamental que tenta proteger os direitos das crianças. Um de seus projetos
é o Criança e Consumo que busca
despertar a consciência crítica da sociedade quando o assunto diz respeito as
práticas de consumo de produtos e serviços dirigidos para crianças e adolescentes. Por causa dele, no
fim de julho o PROCON de São Paulo decidiu multar a empresa Grendene S/A em
mais de três milhões de reais por fazer publicidade direcionada as crianças que
misturava realidade e fantasia e estimular a erotização precoce.
Para os que defendem o assunto, o dia 9 de agosto de 2012
se tornou especial. Nesse dia, aconteceu o 1ºSeminário Infância Livre de Consumismo que discutiu os impactos,
principalmente negativos, das propagandas infantis. Durante o debate, os
participantes receberam oficialmente uma moção
de apoio às iniciativas de regulação da propaganda dirigida à criança, aprovada
em julho pelos participantes da 9ªConferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Veja, abaixo, algumas propagandas infantis:
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