domingo, 23 de setembro de 2012



Criança é a aposta certa do marketing



Falta de regulamentação faz com que empresas apostem na publicidade infantil para aumentarem suas vendas
                                                                                                  Reprodução/Internet


Por Thaís Duarte

Há 11 anos tramita no Congresso Nacional um projeto de lei, o de número 5921/2001, que tem como objetivo regulamentar a publicidade infantil. Para muitos pais e especialistas, a propaganda direcionada a esse público pode interferir de forma negativa na vida da criança, pois a publicidade faz com que ela deseje todo tipo de produto.


Hoje em dia não é um carrinho ou uma simples boneca que fazem a cabeça da criançada. Novas tecnologias são utilizadas para que um brinquedo fique ainda mais atraente. É o caso de bonecas como a Baby Alive que promete fazer tudo que um bebê de verdade faz, por isso ela se mexe, come papinha e precisa trocar de fralda. Com toda essa modernidade nos produtos, será que a veiculação de suas propagandas é a principal causa do consumismo infantil?


As empresas sabem que esse tipo de público é muito rentável e por isso vão continuar investindo. Vivo, TAM, Nivea e Ipiranga são empresas que não tinham ligação alguma com o público infantil, mas aproveitaram a fata de regulamentação da publicidade infantil e resolveram patrocinar o Super Banco Imobiliário.


Mais de 200 mil unidades do produto já foram vendidas em dois anos. Se antes a diversão era com dinheiro de mentira, agora todas as contas são pagas com um cartão da bandeira MasterCard. Cada casa do jogo tem uma mensagem dos patrocinadores querendo promover seus produtos. “Parabéns, você ganhou a promoção do Mundo Nivea e recebeu os produtos Nivea na sua casa! Receba $ 500”, é uma delas.


O Instituto Alana é uma organização não governamental que tenta proteger os direitos das crianças. Um de seus projetos é o Criança e Consumo que busca despertar a consciência crítica da sociedade quando o assunto diz respeito as práticas de consumo de produtos e serviços dirigidos para  crianças e adolescentes. Por causa dele, no fim de julho o PROCON de São Paulo decidiu multar a empresa Grendene S/A em mais de três milhões de reais por fazer publicidade direcionada as crianças que misturava realidade e fantasia e estimular a erotização precoce.


Para os que defendem o assunto, o dia 9 de agosto de 2012 se tornou especial. Nesse dia, aconteceu o 1ºSeminário Infância Livre de Consumismo que discutiu os impactos, principalmente negativos, das propagandas infantis. Durante o debate, os participantes receberam oficialmente uma moção de apoio às iniciativas de regulação da propaganda dirigida à criança, aprovada em julho pelos participantes da 9ªConferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Veja, abaixo, algumas propagandas infantis:

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