Clicar para eleger
Campanha eleitoral ganha fôlego nas redes sociais
Luís Filipe Pereira 2202714
Diferentemente de quatro anos atrás, as eleições municipais surgem com um componente interessante. É cada vez maior o número de candidatos que utiliza ferramentas como Facebook e Twitter na esperança de difundir seus ideais entre possíveis eleitores. A conseqüência, além da universalização da campanha, é que o debate ganha em profundidade, ou, dependendo da plataforma utilizada pelo candidato, os ataques e baixarias ganham a força da internet.
Talvez por
isso, mais do que nunca os brasileiros
estão expressando suas opiniões a respeito dos administradores públicos e do
que esperam dos governantes que assumirão seus postos a partir de janeiro de 2013. A partir daí surgem
dúvidas a respeito dos limites para a utilização da internet. Alguns, por
desconhecerem o que realmente é proibido pela legislação, acabam se abstendo de
participar do processo democrático.
No vídeo abaixo, o jornalista Leonardo Sakamoto dimensiona as redes sociais como elementos de mudanças sociais.
Yes, we can
Tudo começou
na campanha eleitoral do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em
2008, o Twitter foi uma das ferramentas escolhidas pelo presidenciável para apresentar suas ideias durante o período
que antecedeu as eleições. O sucesso foi retumbante. Além dos milhões dos
seguidores em todo o país, a campanha acabou tomando uma proporção planetária.
Depois de eleito, Obama também tentou abrir um canal de opinião para a população. A
ferramenta tinha o objetivo de definir a nova “cara” do governo no século 21.
Mesmo tendo atingido apenas algumas milhares de pessoas, muitas delas com algum
envolvimento político, a ação foi considerada positiva.
No Brasil,
algumas medidas vêm acontecendo gradativamente e o cenário eleitoral alcança
também a grande rede. O uso das redes sociais ganha espaço nas campanhas
eleitorais, principalmente das metrópoles. Para alguns especialistas, o sucesso
é questionável. Eles alegam que é preciso um estudo e pesquisa quanto ao comportamento do internauta.
É interessante ressaltar que estratégias
não são construídas ao redor de ferramentas, pois seriam justamente a etapa posterior nesse processo.
Clicando e votando
Para o
professor universitário Álvaro Britto, trata-se de "apelação" a forma
com que a propaganda eleitoral é feita hoje nas redes sociais. "É
totalmente fora de propósito e, além disso a ideia de “santinho virtual” em
nada agrega aos eleitores. O debate tem que ser aberto. A credibilidade dos políticos pode ser
melhorada com a Lei da Ficha Limpa, voto aberto, término da corrupção e ética
dos mesmos", avalia.
Recentemente o
Ibope, em parceria com a Nielsen Online, divulgou uma pesquisa revelando que o
número de pessoas com acesso à web no País chegou a 82,4 milhões no primeiro
trimestre de 2012: um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2011.
Considerando os dados recolhidos pelo censo demográfico de 2010 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa indica que 43% dos
brasileiros têm acesso à internet.
Segundo Álvaro, apesar do
crescente fluxo de informações pela internet, as redes sociais não têm consigo
o caráter de elemento definidor do panorama eleitoral. Principalmente no
interior. “O eleitor ainda decide seu voto a partir de uma série de fatores, e
as redes sociais ainda não entraram nesse universo. Obviamente, trata-se de um
agregador. O grande problema é que a informação, nem sempre é de qualidade”,
atesta.
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